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Identidades brasileiras no azulejar brasileiro

A história da azulejaria é uma jornada de intercâmbios culturais e influências que atravessam diversas civilizações até chegar ao Brasil. Originada nos mosaicos dos egípcios, gregos e romanos, a arte de azulejar evoluiu ao longo dos séculos através das interações entre diferentes povos. Um marco significativo foi a conquista da Península Ibérica pelos árabes no século VIII, que introduziu a técnica na região, marcando o início da ascensão do azulejar português. Esses azulejos logo atravessaram o Atlântico, adornando igrejas, residências e palácios no Brasil.

Assim, a história da azulejaria brasileira reflete um caminho complexo de influências culturais, desde os antigos mosaicos até os árabes, passando pelos portugueses e chegando aos brasileiros.

Assim, a história da azulejaria brasileira reflete um caminho complexo de influências culturais, desde os antigos mosaicos até os árabes, passando pelos portugueses e chegando aos brasileiros.

Ao chegar aqui, ela se alimenta das próprias referências do país, intensificando-se na década de 40 e tornando-se uma expressão única da identidade nacional.

@azulejariabrasileira
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Nos anos 40 e 50, a azulejaria brasileira emergiu como uma forma de expressão artística de grande importância dentro da cultura do país. Nesse período, foi construído o Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, que se tornou uma obra fundamental para o desenvolvimento da arquitetura moderna no Brasil. Assim como para o estabelecimento da Azulejaria Brasileira, isso aconteceu por conta dos impressionantes painéis de azulejos criados por artistas como Portinari e Paulo Rossi Osir.

 

Esses artistas não apenas introduziram novas estéticas e temas na azulejaria, mas também conseguiram integrar de forma mais consciente e funcional essas obras ao espaço arquitetônico, refletindo os princípios do modernismo. Paralelamente, surgiu a Osirarte, o ateliê de azulejaria de Paulo Rossi Osir em São Paulo, que desempenhou um papel crucial em atender à demanda crescente por elementos decorativos nos edifícios modernistas brasileiros. Exemplos notáveis desses edifícios incluem a Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte, e o Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, que são símbolos do movimento modernista no país.

 

É impossível pensar em Brasília sem considerar os azulejos de Athos Bulcão, que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte azulejar do nosso país.

Após ter trabalhado como assistente de Portinari no Mural de São Francisco de Assis na Igrejinha da Pampulha, o artista visual introduziu um conceito novo e pragmático para a azulejaria brasileira: Composição Modular Aleatória. Ele atribuiu aos tradicionais azulejos uma nova narrativa ligada à arte construtiva, muitas vezes permitindo que os operários montassem as peças com liberdade usando algumas regras como guia.

O período da “Era de Ouro do Rádio” coincide com o auge da azulejaria brasileira, destacando a influência mútua entre essas disciplinas. Artistas como Dorival Caymmi e Athos Bulcão tiveram papéis importantes nesse diálogo entre música e arte visual. Enquanto Caymmi inovava nas bases musicais, contribuindo para o surgimento da Bossa Nova, Bulcão sintetizava o significado da azulejaria brasileira, inspirado por suas experiências na arquitetura moderna. A azulejaria brasileira, assim como a música, reflete a diversidade cultural do país, reinterpretando encontros históricos e influências de várias origens.

A identidade brasileira é expressa por uma multiplicidade de cores, formas, sons e ritmos, ecoando culturas antigas e contemporâneas.

@azulejariabrasileira

Identidade em movimento.

Fonte de inovação cultural brasileira.