“Bota a Turma na Rua” é a série documental da Revista Amarello que explora o universo dos bate-bolas, autênticos representantes da cultura popular carioca em sua essência.
Cobertos da cabeça aos pés com fantasias vibrantes e máscaras que mesclam a estética de palhaços e personagens, os grupos de bate-bolas, também conhecidos como clóvis (derivado da palavra inglesa “clown”, que significa palhaço), têm suas origens nos subúrbios e periferias cariocas, principalmente nas Zonas Norte, Oeste e Baixada Fluminense.
A nova série documental “Bota a Turma na Rua”, produzida pela Revista Amarello, revela os segredos e a história dessa manifestação cultural que atravessa gerações, abordando desde sua origem no início do século 20.
Os bate-bolas estabeleceram sua identidade e continuam a dar vida ao Rio de Janeiro até os dias de hoje.
A série da Revista Amarello está disponível no Instagram, fazendo a gente entender como os bate-bolas conectam passado e presente, revelando o impacto social dessa tradição ao fortalecer o senso de pertencimento das novas gerações. Quando eles chegam, uma coisa é certa: a chama da tradição do subúrbio carioca permanece acesa.
As primeiras referências aos bate-bolas surgiram em Santa Cruz, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nasceram as elaboradas fantasias com cores vibrantes típicas da região.
Além das máscaras, os bate-bolas se destacam pelas fantasias temáticas e coloridas, que trazem diferentes interpretações da figura do palhaço. No entanto, sua principal marca é o bastão com uma bola de borracha amarrada, ou o uso de sombrinhas e bandeiras.
Hoje, a cultura dos clóvis incorpora elementos modernos da cultura pop, com fantasias inspiradas em super-heróis, filmes e desenhos animados. Os trajes são confeccionados utilizando alta tecnologia em estamparia, em um processo que dura cerca de 10 meses, antes de tomarem as ruas em fevereiro.
COMUNIDADE E COLETIVIDADE: A FORÇA DOS BATE-BOLAS
Mais do que uma expressão individual, os bate-bolas são sinônimo de coletividade e união. Cada grupo trabalha em conjunto, costurando fantasias, criando coreografias e organizando desfiles. O senso de comunidade é essencial para a preservação dessa cultura, mantendo sua tradição viva.
De acordo com a pesquisadora e professora Aline Gualda Pereira, do Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, os integrantes dos bate-bolas são, em sua maioria, homens, mas existem grupos com alas de mulheres e crianças. Ainda segundo ela, os grupos são geralmente formados por pessoas que moram no mesmo bairro ou comunidade, com idades entre 25 e 40 anos. Além disso, eles gravam hinos em estúdios e compartilham vídeos nas redes sociais.